Carlos Quintal
Nada sei dos rumores,
Apenas os sinto rasgarem o silêncio das gargantas
profanas,
Ante o quadro do velho barão, lembrando as viagens
que nunca fiz
e dos castelos de areia onde um dia fui rei,
bebo o último gole de uma taça vazia,
Tambores,
Indissolúveis e estáveis marcam o compasso das
horas,
Ponteiros, sorrateiros buscam a liberdade fugindo de
seus relógios,
Becos, quem me segura na sombra que eu faço ?
Anima Mea !!
As datas da pedra sempre foram muito próximas,
O véu da noiva repousa nas escadarias da igreja,
rasgado,
Estranhos são os poderes, fitando corpos tremulos de
frio,
Emoção. Coração. Lápide.
No tapete de folhas turvas sinto tua presença,
De quando tua respiração me esquentava a alma,
Amores proibidos, finitude de vida, essência,
Palavras de ordem, ordem das coisas,
Trens urbanos açoitam trilhos incandescentes,
Almas silenciosas repousam nas asas do avião,
Olham para dentro,
Chamam por alguém,
Latas de cerveja rolam pelas plataformas do metro,
Nada sei,
Chego,
Subo,
Me acomodo,
Lá estarei,
Lá ficarei ,
Poesia e morte,
Morte e poesia,
Nuvens brancas,
Brancas e sólidas,
Morada do meu coração ...,
Nada sei, mas lá estarei,
Lá ficarei
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