sábado, 27 de março de 2021

A Velha Guarda!

 Escrito em Janeiro de 2018!



No próximo dia 24 de janeiro teremos o julgamento em segunda instância para o Ex Presidente Luis Inácio Lula da Silva. De uns tempos para cá o cidadão tornou-se uma espécie de Lula Conselheiro, primo de Antonio. Um líder nato que foi aperfeiçoado pela USP e pela Unicamp com o apoio de intelectuais e de artistas. Enfim, um representante da maior qualidade. Com a ascensão ao poder em 2002 com o apoio quase que total de toda a mídia brasileira o líder foi consolidado e transformado no presidente de todos os brasileiros. Parece que instantaneamente acabou a oposição no país. Um ou outro político insistia no combate ao novo presidente com veemência. Inspirava um sentimento de oposição consentida para satisfazer a sociedade. Como nos tempos da intervenção militar. O mundo foi girando e o novo presidente cercou-se de assessores programados para por em prática um projeto de governo duradouro para não dizer eterno enquanto dure. 

 

Nos primeiros meses de governança o país entrou em estado de euforia com as propostas sociais do Lula Presidente. Ainda não tinha se transformado no Lula Conselheiro, primo de Antonio. Com toda mídia presente foi lançado o Programa Fome Zero, iniciado pelo Betinho, irmão do Henfil. Programa absurdamente digno e necessário. A primeira doação oficial foi da modelo Gisele Bündchen com um cheque de R$ 50.000,00. Àquela época acredito que foi utilizado para os devidos fins.

 

Uma das primeiras medidas, já com o congresso alinhado e alimentado com sustância foi, salvo engano, uma pequena reforma na previdência. O tempo foi passando até que um político desalinhou-se do governo e denunciou o sistema de alimentação com sustância, denominado pela mídia e pelos órgãos de justiça como mensalão. Os assessores programados citados mais acima foram caindo um a um. O Presidente blindou-se com uma entrevista concedida em um jardim de Paris a uma jornalista anônima e quase que desconhecida nos meios. Depois da entrevista sumiu. E o tempo foi passando e muita gente caindo. A quase totalidade da oposição que também se beneficiava e muito da alimentação com sustância, calou-se.  E o tempo foi passando e muita gente caindo com a Operação Lava Jato. O Presidente sereno em seus passos. Fui traído e não sei de nada.

  

Eis que o Presidente virou Lula Conselheiro e criou uma espécie nova de presidente. A Presidenta. Então Presidenta de fato, governou os primeiros quatro anos com a oposição bem alimentada. Apenas um ou outro gritava. Eis que no segundo mandato surgiu um Cunha. No meio do caminho tinha um cunha, tinha um cunha no meio do caminho. 

 

O tempo foi passando e sabemos o final da estória. O que interessa agora é a velha guarda do PT. Incrédulo pergunto o PT é só o Lula? Todos da Operação Lava Jato, Zelotes e outras são culpados porque traíram o Lula? Corromperam os empresários amigos do Lula? O Lula Conselheiro é insubstituível? Para a velha guarda do PT parece que sim. 

 

Ninguém, absolutamente ninguém, inclusive da velha guarda, pode erguer uma nova bandeira e recriar o partido conforme o melhor de sua origem? 

Um grupo da velha guarda do PT prepara uma série de ações no melhor estilo “volta aos anos sessenta” com cenários e bordões criados na intervenção militar para apoiar o Lula Conselheiro. É divertido voltar aos anos sessenta, brincar de fugir da polícia e atirar bolinhas de gude nos cavalos. Como a velha guarda não pode mais correr ficarão parados à espera de alguma repressão. 

Tomara que não cantem Vandré, aí já é demais!

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

Clichês da esquerda e da direita continuam a encher o saco nas redes sociais!

 Escrito em 31 de outubro de 2018



Estava lavando minha Brasília 1980 em Brasília. Morava lá nessa época. Já era noite e eu ouvia no rádio um programa do PT. Aumentei um pouco o volume do rádio. Nesse momento é apresentado ao público uma gama de intelectuais e de professores de universidades apoiando o partido. Uma festa! Passei a ler tudo sobre o Partido.  Era um simpatizante, não um militante.

Em 1989 votei no Mário Covas e no segundo turno no Lula. Confesso que torci para o Collor pois o Lula não iria durar seis meses. O Collor durou mais.

 Em 2002 tive a oportunidade de trabalhar em consultoria na área pública e em prefeituras em particular. Boa parte era de gestão petista. Minha convivência era diretamente com o terceiro escalão para baixo. Trabalhei em cidades do interior e em capitais. Com as equipes que eu interagia nunca houve rejeição pelo fato de eu ser de fora. Nunca houve uma afirmação que “você não é meu parceiro político”. Outros colegas ouviram essa frase. 

 

O pessoal que eu convivia era apaixonado pela nova gestão petista e 

trabalhava com prazer e dedicação!

 

Findo meu contrato com a empresa de Consultoria em 2005, voltei a atuar mais no setor privado. Uma ou outra incursão em prefeituras.

 Passados esses anos todos, o movimento de esquerda estacionou no tempo. Voltou aos anos sessenta no teor de suas passeatas. Dessa vez sem repressão quando não havia patrimônio público ou privado depredado.  Quando cismam de entoar Geraldo Vandré me causa profunda irritação. Um desrespeito àqueles que morreram ou desapareceram em prol de seus ideais à época. Ideais esses que muitos não conheciam e nem a verdadeira razão dessa luta em nome da democracia pois seus líderes tinham outras intenções.

Todo o movimento em prol da eleição do Lula foi perfeitamente válido e inserido no contexto de 2002. Praticamente toda a mídia queria o Lula. Lula lá!

 O tempo foi passando e eu acompanhando. Na primeira gestão surgiu o Mensalão. Em meados de 2005. Custou a cabeça do José Dirceu. O Presidente não sabia de nada. Alguns do partido o haviam traído. A caravana foi indo em frente até que surgiu um juiz no meio do caminho. No meio do caminho havia um juiz. Surgiu a Operação Lava Jato. O resto vocês já sabem.

 O criador criou a criatura. Em seu entender, fácil de controlar até a sua volta. A criatura preferiu seguir seus próprios passos. Na reeleição da criatura a maioria petista queria o Lula de volta. E com razão. Sabendo da precariedade financeira para o segundo mandato o criador desistiu.

A idolatria ao Lula Conselheiro foi e ainda é insana. O PT aceita passivamente que o Lula Conselheiro seja o dono do partido. O senhor de todas as coisas. “O Lula tá preso babaca” – Cid Gomes.  A não aliança com o PDT custou mais caro do que se imaginava. O PT foi contra e zombou de todas as instituições públicas do país que até há pouco governava. Veio com um monte de “mimimi” com essa questão da ONU entre outras bobagens. Queria porque queria o Conselheiro candidato. No final apareceu outra criatura. Haddad. Como gestor foi tão ruim no MEC como na Prefeitura de São Paulo. Em sua gestão o ENEM teve vários problemas. Aí colocaram o Mercadante e os problemas foram resolvidos.

 Pronto. Eleito Bolsonaro. Bolsonaro foi um presente dado ao país pelo PT e pelo bezerro dourado de Garanhuns.

Centenas de militantes da direita e da esquerda são tontos. O guerrilheiro Nutella do Boulos agenda passeata no dia da vitória do opositor. Chega de evocar Marx, Trotsky, Maduro, Castro, Ustra e afins. Guevara hoje só serve para estampar camiseta. 

 

Clichês da esquerda e da direita continuam a encher o saco nas redes sociais!

 

Para com isso. Chega. O PT nunca mais voltará ao poder se continuar com essa lenga lenga de nós e eles. Já deu. Basta. Vitimização é outra querela petista.

 Eu quero uma nova esquerda para que eu possa analisar se apoio ou não. Pensadores e pensamentos novos. Madura, inteligente e oposição com fundamento. Que reveja os erros. Sim, houve muitos erros. Longe do Caribe. Chega desse papo de paz e amor para quem pregou e difundiu a separação. Ridículo. Chega de Logan 12 anos e charuto Lancero no alto comando!

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Não da esquerda, esta pertence aos poetas e sonhadores!

 


Escrito em 2016! 

Creio ter havido uma pequena confusão ideológica nas manifestações lulo petistas de sexta feira. Não da esquerda, esta pertence aos poetas e sonhadores. Digo da massa de manifestantes e suas palavras de ordem. A massa de manifestantes, sabidamente, era composta em sua maioria absoluta, de pessoas contratadas para comporem um grande cenário. Um grande cenário para o Lula Conselheiro falar de democracia e não de corrupção. Corrupção não existe no governo lulo petista. Apenas mal entendidos e empreiteiros mal intencionados. 

Voltando aos meus pensamentos juvenis de 68 e 69, busquei entender como as centenas de desaparecidos e torturados pelo regime militar se posicionariam perante o lulo petismo e o Lula Conselheiro. Lutas inglórias eram movidas por um ideal emanado detrás do muro de Berlim e da pequena ilha do Caribe. Sem absolutamente pouco ou nenhum conhecimento do que realmente ocorria por lá. Isso na maioria da militância e não daqueles que lá iam e vinham com notícias e informações fielmente repaginadas e prontas para o consumo. 

Quando ouvi em algumas cidades brasileiras manifestantes lulo petistas entoando Vandré pensei. O que tem a ver Vandré com essas manifestações. Quarenta, cinquenta anos atrás existia um contexto para cantar Vandré. Hoje não. Parecia que caminhavam para o Beira Rio ou para o Allianz Park assistir um show do Justin Bieber. A revolução é linda e o revolucionário é lindo. Somos Lulo Petistas. Parece que ninguém entendeu o que significa Operação Lava Jato e suas consequências para o país. Um país arrumado e/ou em fase de acabamento que em 14 anos voltou a ser um puxadinho graças ao Lula Conselheiro e suas equipes. 

Eu não entendo o clamor da grande massa da militância que frequenta o SUS, faz cachê de passeateiro, está desempregado e berra Lula Lá!

terça-feira, 9 de março de 2021

Reflexão Pandêmica

 O texto abaixo, tido como de George Carlin, na realidade é de um pastor americano. O que importou para o pastor foi que a mensagem atrelada a um nome de peso, em sua primeira leitura, foi valorizada e lida. Se fosse divulgada pelo seu nome ninguém daria muita atenção.

.....

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do fast food e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

 

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Extrato do novo livro - "7 Pessoas"

 


Certa vez, em uma reunião de família, ouviu de seu tio Carlos a seguinte estória.

 “Eu retornava de São Paulo à Brasília. Brasília estava em estado de sítio por causa da votação da Emenda Dante de Oliveira, Diretas Já. No avião que eu estava também estavam o Lula e o Genoíno. Lula de perna quebrada. 

Desci atrás deles. Eu, o Lula e o Genoíno. Soldados organizavam a fila única para identificação. Como se acabássemos de chegar a um país estrangeiro. Do avião até o momento em que Genoíno era o próximo da fila a identificar-se fui ouvindo a conversa dos dois e dando uma interagida de vez em quando. Foi hilário. 

Os três rindo e fazendo piadas do acontecimento. Como ficamos “amigos de infância”, na saída do aeroporto os dois se despediram e foram embora. Minha mulher presenciou a cena da despedida e veio com perguntas. Falei com orgulho que eram meus amigos! 

Quando retornei à São Paulo, certa vez na Bienal do Livro encontrei Genoíno liderando uma passeata de funcionários de editoras. Como foi em menos de um ano do nosso encontro histórico ele me reconheceu. Trocamos uma conversa fiada lembrando daquele dia. Em seguida voltei para o estande que eu estava selecionando livros e o Zé seguiu em sua passeata”.

 A partir dessa reunião mostrou interesse em acompanhar a trajetória política e a vida de Lula. Mais tarde, já em 2002, Lula era o candidato mais forte em ganhar as eleições após várias tentativas mal sucedidas.